Breve História do Pão

Actualmente, o pão é o alimento mais popular no mundo, sendo produzido em quase todas as sociedades. No entanto, não foi feito sempre da mesma forma e nem teve sempre o mesmo aspecto. Ao longo do tempo, a sua produção foi se alterando até chegar ao que nós temos nos dias de hoje.
Há estudos que apontam que os pães começaram a ser produzidos há aproximadamente seis mil anos, na região da Mesopotâmia, onde hoje está situado o Iraque, e foram difundidos por várias civilizações da Antiguidade. Esse pão era resultado de uma mistura seca, dura e amarga feita à base de farinha de trigo. A origem do pão está intrinsecamente ligada ao processo de sedentarização do Homem, quando se iniciou o desenvolvimento da agricultura, sendo o trigo um dos cereais resultantes dessa actividade produtiva.

Conta-se que foram os egípcios o primeiro povo a usar fornos de barro para cozer pão. Especialistas do cultivo de trigo, os egípcios faziam negócio, vendendo-o aos gregos, que entretanto se tornaram também peritos no fabrico de pão. Os romanos, por sua vez, aprenderam com os gregos e gostaram tanto do ofício que no ano 100 a.c., haviam já 258 padeiros em Roma.
O processo de fermentação foi uma técnica desenvolvida pelos egípcios por volta de 4000 a.C., dando ao pão o aspecto pelo qual o conhecemos hoje em dia. Uma obra do acaso, onde reza a história que um egípcio deixou um pouco de massa crua fora do fogo e quando regressou para retirar o pão que estava a cozer, verificou que esta tinha fermentado.
Por ser um produto extremamente necessário à alimentação, ele foi usado durante muitos séculos também como moeda. Há indícios de que os faraós o utilizavam como meio de pagamento para serviços realizados. Em Roma, o pão era um dos componentes da política do panis et circenses (pão e circo), utilizada pelos imperadores para manter uma satisfação aparente da população, desviando a atenção das disputas de poder e das condições de vida a que o povo estava submetido. O trigo era distribuído em espectáculos públicos pela administração do império.

Durante a Idade Média, o pão era feito artesanalmente no ambiente doméstico pelos camponeses. A limitação agrícola e técnica que tinha essa classe social não possibilitava a produção de pães fermentados, o que resultava em um produto de menor qualidade. Situação diferente, era a vivida pelos senhores feudais, que consumiam pães de maior qualidade produzidos nas padarias dos castelos. Foi também neste período histórico que surgiu a figura do padeiro, que aos poucos passou a se organizar em corporações de ofícios, controlando assim o processo de produção do alimento e gozando de certo prestígio nas cortes.
Com a Revolução Industrial, a produção do pão ganhou um forte impulso, seja no aumento de terras destinadas ao plantio do trigo, seja no desenvolvimento de técnicas de moagem do cereal nos moinhos, passando dos moinhos de tracção animal ou humana, aos moinhos a vapor, que começaram a surgir em 1784. A grande produção que se verificou destinava-se a alimentar principalmente a classe operária, que crescia nas cidades industriais, criando condições para uma produção em larga escala.
O pão chegou a ser inclusivé um dos motivos de eclosão da Revolução Francesa. Sendo a base da alimentação da população francesa à séculos, a severa queda na produção do cereal tornou o alimento caro e escasso. Este foi um dos motivos que levaram à revolta da população francesa e à queda do rei Luís XVI.

Hoje em dia, o pão está disseminado pelo mundo. O seu fabrico envolve vários métodos diferentes, que resultam numa variedade enorme de tipos e qualidades de pães.
A preocupação por uma alimentação mais cuidada, de preparação caseira, e o gosto por saborear pães diferentes, levou ao aparecimento de novos produtos e soluções. As farinhas preparadas para pão e as máquinas de pão vieram revolucionar as refeições de muitas famílias, tornando-se cada vez mais fácil ter pão fresco em casa a qualquer hora, seja preparado à mão ou na máquina.
