Victoria Sponge Cake

Bom, hoje venho falar do Victoria Sponge Cake.
O famoso british Sponge Cake, com uma aparente simplicidade que não deve ser tida como certa, é um bolo sóbrio e elegante, e que com o recheio certo facilmente se transforma numa iguaria muito interessante.
Com uma mistura básica de 4 ingredientes apenas - ovos, açúcar e farinha e manteiga - criam uma das massas mais disseminadas de sempre.
Dados históricos apontam para o surgimento da versão moderna deste doce no início do século XIX, todavia, as suas raízes mais distantes situam-se na época do Renascimento, século XV, altura em que eram usados nos mais diversos formatos e aplicações, e teriam nomes distintos, desde "pão de biscoito" e "dedo de moça".
Portugal, Espanha e principalmente Itália são países por onde marca presença à data do seu surgimento. Por terras italianas chama-se Pan di Spagna e é um doce tradicional de referência. Por cá traduzem-no frequentemente para Pão de ló, o que, confesso, me faz alguma confusão. Conhecendo as duas receitas facilmente se percebe que a ausência de gordura faz toda a diferença, e sinceramente, muda completamente o sabor e a natureza do bolo. Noutros tempos talvez fossem parecidos, hoje não.
Na América também marca presença, mas ainda que seja uma receita transversal a muitas regiões do globo, e a base de muita da pastelaria mundial, foi em Inglaterra que se impôs de forma mais enraizada e sobressai até aos dias de hoje.
É considerado um dos primeiro bolos não fermentados e a receita chega a Inglaterra no início do século XVIII, levando as adaptações necessárias até estabilizar no que hoje encontramos: um bolo bem ligeiro e arejado, cujo crescimento se deve ao efeito dos ovos.
Uma das versões mais famosas será sempre o Victoria Sponge Cake, que apresenta a característica de ser recheado com natas e doce de framboesa, por ser este o favorito da rainha com o mesmo nome, e polvilhado com açúcar em pó.
Agora que já conhecem a história do nosso bolo, vamos pôr a mão na massa?
Ingredientes:
Para a massa:
3 ovos
180 gr de açúcar
180 gr de manteiga sem sal, amolecida
180 gr de farinha
1 c. chá de extracto de baunilha
1 c. café de fermento
Para o recheio:
150 ml de natas
80 gr de açúcar em pó + para decorar
5-6 c. sopa de doce de morango
Morangos frescos para decorar
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Untar com manteiga e forrar o fundo com papel vegetal, também untado, de duas formas redondas de 18 cm de diâmetro. Reservar.
Peneirar a farinha e o fermento para um recipiente, permitindo que arejem bastante.
Bater os ovos com o açúcar até estar fôfo, adicionar a baunilha e a manteiga de seguida, e bater um pouco mais até estar bem envolvido. Adicionar a farinha com o fermento apenas envolvendo.
Distribuir o preparado em igual quantidade por duas formas, e levar ao forno cerca de 25 minutos. Fazer o teste do palito e se sair seco retirar do forno.
Se os bolos formarem altos acentuados no topo, aparar pelo menos um, que será o disco da base.
De seguida bater as natas do recheio até ficarem firmes e adicionar o açúcar. Bater um pouco mais e colocar no frio até usar.
Montagem do nosso bolo: colocar um disco no prato de servir e espalhar o doce por cima do disco inferior. De seguida distribuir as natas generosamente. Colocar o segundo disco por cima, polvilhar com açúcar em pó e decorar com morangos. Servir. Conservar no frio.



Notas: para um melhor resultado do recheio, colocar a embalagem das natas 15 minutos no congelador antes de bater.
Neste bolo eu não usei geleia como está na receita, preferi incorporar morangos nas natas. Mas este é um bolo que vocês podem decidir o recheio, pois fica sempre bem.
Espero que tenham gostado.
Bon Appetit.